terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tia Emprestada


Eu sou a filha única que achava que nunca ia ter um sobrinho. Eu sou a menina que virou tia emprestada de uma hora pra outra, no meio de uma brincadeira que acabou virando verdade. Vibrei com a possibilidade de poder ser chamada de tia, fiquei me achando a tal quando consegui segurar um recém-nascido. Vi você crescer e aos poucos ir preenchendo nossas vidas, até vir fazer parte dela totalmente, de uma vez por todas. Fui coadjuvante em algumas noites onde seu sono não vinha e fui aprendendo, aos pouquinhos, como era legal cuidar de um bebê. Você serviu como um cursinho intensivo na minha nova empreitada, a maternidade.

Você me faz rir em quase todos os momentos com suas gracinhas, seus gracejos, seus carinhos e seu jeito de moleca. Suas perolas sao sempre protagonistas dos causos que eu gosto de contar. No sabado passado voce ficou emocionada porque seria Cinderela por um dia. Pois eu te afirmo com a maior certeza que eu tenho, que voce sempre foi e sempre sera a princesinha das nossas vidas. Para quem achou que nunca iria ser tia, ouvir o "Tia Bia" mais lindo do mundo soa como musica para os ouvidos. Sendo assim, eu faco neste momento minha auto-promocao, passando do cargo de tia emprestada, para tia de verdade. Acho que eu mereco, ne?

Parabens pra Bibi, a Cinderela mais linda que ja existiu.

PS.: Sim, meu notebook esta com problemas de acentuacao... snif...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Esqueceram de mim!

Eu tenho pavor de fazer o Davi ser o último a ir embora da escolinha. Todos os dias, por volta de 17:30, 18h, eu e o marido saímos do trabalho e vamos buscar o pequeno. É claro que tem dias em que o servico dá aquela embolada e não conseguimos evitar o atraso, como ontem. Vai passando de 18h e eu vou comecando a ficar nervosa, tensa. Fico imaginando o Davi com seus olhos tristes, agarrado naquela gradinha, vendo todo mundo ir embora e ficando pra trás. O pai dele tenta me consolar dizendo que, no alto de seu 1 ano e 3 meses, ele não tem ainda essa nocão de horários. Eu não acredito e prefiro não fazer ele passar por isso.

Acho que devo ter sido esquecida na escolinha alguma vez durante a infância, o que me faz ficar apavorada com a situacão. Eu nunca fiquei sabendo do fato, mas vai que meus pais nunca me contaram, para evitar o remorso, ne? Só lembro que uma vez, quando eu tinha uns 5 anos, estávamos eu e minha mãe no provador da CeA, quando ela teve uma dor de barriga daquelas bem fulminantes. Ela mandou eu ficar lá quieta, esperando, enquanto ela foi correndo resolver o seu problema. Pois é, aquilo me marcou, nossa. Acho que foram os 20 minutos mais intermináveis da minha vida. Em outra ocasião, numa pizzaria com meus tios, fui fazer uma gracinha e me esconder debaixo da mesa. Quando levantei, percebi que não havia mais ninguém na mesa (meus tios e primos me pregando uma peca). Fiquei desesperada, achando que tinha sido esquecida ali.

Juro que um dia ainda vou fazer uma terapia, regressão ou qualquer outra coisa pra descobrir a razão desse trauma. E se você, qualquer dia desses, me encontrar perdida e abandonada por aí, pelo amor de Deus, me pegue e me leve de volta pra casa!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quando a ausência ainda é muito presente

A menina era serelepe e sonhadora, andava com sua fada madrinha sempre ao lado e não precisava se preocupar com nada além de sonhar. Sonhava grande, vivia com os pés na lua e não se importava com tarefas pequenas como pagar uma conta ou comprar algo que estivesse precisando. Quando ela se lembrava de algo que precisava ser feito, lá aparecia a fada madrinha, com tudo resolvido, como num passe de mágica. A menina não tinha medo de nada, sabia que sua fada estaria sempre lá para a proteger. Ai de quem chegasse perto da menina com más intenções, a fada madrinha movia sua varinha de condão e não deixava que nada de ruim acontecesse com ela. E assim a menina cresceu, dentro de sua redoma.

Um dia a fada madrinha sumiu. A menina correu, procurou em todos os lugares, gritou, chorou, não aceitou, mas isso não adiantou nada. A fada madrinha havia realmente sumido. A menina se viu perdida e sozinha em um mundo grande demais, adulto demais, cheio de coisas chatas para se fazer. A menina não queria, mas precisou crescer. Eram tantas coisas que ela tinha que resolver, que nem chorar ela podia. As pessoas cobravam que ela crescesse, que fosse forte, desse conta dela mesma e de mais um monte de gente.

A fada madrinha agora não está do lado, mas continua vendo a menina caminhar sozinha, de longe. A menina continua vivendo no seu mundo real, mas praticamente todas as noites encontra-se com a fada madrinha em um outro mundo, no mundo dos seus sonhos. No início, ela desejou muito forte que o mundo dos sonhos fosse o mundo real. Ela vivia o dia inteiro pensando na noite que iria chegar. Hoje a ausência, apesar de ser muito presente, tornou-se mais amena e a menina aprendeu a ser feliz encontrando sua fada madrinha no mundo dos sonhos. Ela não sabe se esse encontro é real, mas nunca deixa de sonhar.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Super Pai


Não desejo, nem espero, que você seja um super pai. Quero que você seja um pai real, verdadeiro, humano. Não quero que nosso filho descubra, à força, que super-heróis não existem e que idealizar as pessoas pode gerar uma frustração do tamanho do mundo. Quero que você seja um pai amigo, companheiro, presente. Por isso, desde o primeiro momento, incentivei que você participasse de tudo: das trocas de fralda ao banho. Você, atrapalhado e receoso da minha intervenção, encarou o desafio e virou phd em bebês. Se você soubesse como eu acho isso lindo...


Quero que você  seja amado incondicionalmente, com suas qualidades (que são inúmeras), seus defeitos, seus erros e as pisadas na bola que você provavelmente um dia vai dar. Quando a gente entende que pais são humanos, não são perfeitos, mas são pessoas que erram tentando sempre acertar, acho que a admiração surge naturalmente. Não quero que você seja o ídolo, quero que você seja o exemplo, a referência e, principalmente, a certeza do amor e amizade infinitos.